Garantir uma adequada ingestão de proteínas é fundamental em todas as fases da vida, afinal de contas quase tudo em nosso corpo é formado por elas, incluindo pele, cabelos, unhas, epitélio gastrointestinal, enzimas, músculo e até mesmo o coração.
Na velhice, é preciso aumentar a atenção com relação ao consumo proteico diário, já que há uma perda evidentemente elevada de tecido muscular nessa fase da vida, fazendo com que a ingestão habitualmente recomendada (0,8g/kg de peso corporal) não seja suficiente para garantir a preservação desse tecido.
O processo de ganho de massa magra é controlado, predominantemente, pela responsividade a estímulos anabólicos, como exercício físico e alimentação. Consumo proteico e/ou ingestão específica de aminoácidos aumentam, significativamente, as taxas de síntese e inibem o catabolismo, favorecendo assim a deposição proteica muscular.
O conteúdo de aminoácidos das proteínas tem um impacto significativo no seu poder anabólico. De fato, os aminoácidos essenciais (EAA’s) são o principal estímulo nutricional para a síntese proteica. A leucina é considerada o principal regulador dietético do anabolismo muscular devido à sua capacidade de ativar o caminho da Mammalian Target of Rapamycin (m-TOR) e inibir o proteassoma.
Embora, durante o processo de envelhecimento, o músculo apresente uma redução à resposta anabólica quando submetido a baixas doses (7 gramas, por exemplo) de EAA’s, doses mais altas (10 a 15 gramas, com pelo menos 3 gramas de leucina) são capazes de superar essas resistências e estimulam uma resposta sintética da proteína, similar àquela gerada por adultos mais novos.
Nesse aspecto, idosos devem ser aconselhados a consumir fontes de proteína contendo altas proporções de EAA’s, como carne bovina magra, frango, ovos, peixes e produtos lácteos. Além disso, a inclusão de shakes proteicos à base de Whey Protein, por exemplo, podem ser utilizados como estratégia para complementar a ingestão proteica diária.